Hoje dança-se quase todo o tipo de ritmo desde o “velho” tango que no início do século XX se propagou aos salões de dança de todo o mundo, à “bela” valsa, passando pelo fox-trot, pelo xá-xá-xá , que contemporizaram com eles e o twist e o yé-yé que foram as grandes revoluções dos anos sessenta.
Mas danças houveram que caíram em completo esquecimento. O minuete, dança do séc. XVIII, nasceu em Poiton, antiga província de França e teve um grande impacto por todo o país, sobretudo no tempo de Luís XIV. Os salões fervilhavam de damas exibindo grandes tocados, seios desnudos e cavalheiros de perucas brancas e sapatos de enormes fivelas, como ditava a moda de então.
Elegante, miudinho, de movimentos demorados, o minuete era um verdadeiro “tratado” de arte, desde a colocação do pé, o curvar o corpo, a elevação dos braços, tudo com muita elegância e graciosidade. A música assentava no compasso ternário, andamento vagaroso para acompanhar adequadamente os movimentos da dança.
As mulheres deslumbravam. Ver uma bela dama a dançar o minuete era caso de estontear cabeças, dizia o Barão de Santo André, em 1897. Margarida de Borgonha notabilizou-se na sua execução. D. João de Áustria, vice-rei dos Países Baixos deslocou-se a Paris para a ver dançar.
Muitos escritores de então encontravam no minuete assunto para as suas páginas onde dissertavam, cativando os seus destinatários. Verdadeiros coreógrafos se dedicaram a esta arte, tornando-se verdadeiros mestres.
Com a existência de algumas escolas de “Danças de Salão”, que têm contribuindo de forma significativa a prática de “velhas” danças, porque não recuperar o minuete?