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Os romanos no Rabaçal

Portugal tem "patrimónios" que nos surpreendem a cada dia. No final de Abril de 2011, fruindo de uma oferta dos filhos para duas noites na “Casa do Zé Sapateiro”, turismo rural, em Ferraria de S. João, na Lousã, “descobrimos” o Rabaçal, afamado pelo seu queijo típico. Não imaginávamos que a localidade era guardiã de tão importante espólio romano.

No museu ali criado pela Câmara Municipal de Penela, pudemos apreciar as preciosidades que a romanização nos deixou, bem apresentadas e organizadas num espaço agradável e convidativo.   

As ruínas (uma vila romana), ali perto, respeitam a uma quinta agrícola, constituída pela villa rustica e a villa urbana. A primeira corresponde ao alojamento para os servos e a frumentária, com estábulos, lagar e celeiro, de que existem muros, pavimentos e canalização. A villa urbana, ou residência senhorial é composta por entrada, atendimento e torre de vigia a sul; área de ligação de serviços, a norte; espaço de aproveitamento de luz, a nascente e quartos, oecus e triclinium, a poente. Os mosaicos não têm semelhança com outros existentes no país, pelo lhe foram atribuídos um grupo estilístico novo.

A visita guiada por um jovem arqueólogo que integra os recursos humanos da Câmara Municipal de Penela, transportou-nos a muitos séculos atrás. Pena é que os mosaicos existentes não estejam a descoberto para regalo dos nossos olhos. Preservar de danos físicos era a palavra de ordem, até que fosse viabilizada uma solução que permitisse usufruir daquelas belezas.

 

publicado por Ana Bela Vinagre às 16:33

Da minha própria experiência enquanto mulher de um deficiente das Forças Armadas e da conjuntura do país no final do Estado Novo marcada profundamente pela guerra colonial, ensaiei um trabalho sobre o papel da mulher portuguesa durante esse período.

Como actuou, como viveu, quanto sofreu.

Que dizer do papel das “nossas” mulheres?

No teatro de guerra cabe aos homens o papel principal: decidir a guerra, actuar na guerra, assumir resultados, enfrentar as consequências.

Nos bastidores ficam as mulheres. O guião reserva-lhes apenas o papel sem personagem, sem opinião, sem voz, remetendo-as ao silêncio e à sombra. E é aqui que reside o paradigma da faceta feminina. Ela não entra em palco, mas por detrás do pano é a âncora, o apoio, o porto seguro, o oásis, que nas horas de insónia, de amargura, de medo e de revolta dos seus homens, emerge forte, segura, encorajadora, o grande pilar da estrutura familiar e social, que viveu e sobreviveu a situações dificílimas e a episódios fantasmagóricos.

De forma individual ou colectiva o papel que desempenhou, o contributo que deu, os projectos que concretizou, agindo das mais variadas formas, convergindo para um  único objectivo: o apoio incondicional aos militares portugueses.

Fosse no apoio físico e material, na ajuda psicológica, no seu bem estar em geral, cada uma participou, à sua maneira e de acordo com os seus conhecimentos e meios disponíveis, de forma activa, socorrendo na Cruz Vermelha, assistindo e apoiando no Movimento Nacional Feminino, evacuando feridos com as enfermeiras páraquedistas, motivando através de aerogramas enquanto madrinhas de guerra, levando gravações de vozes de familiares feitas por Estefânea Anacoreta, abrigar e acarinhar pela Mãe Militar, Ilda Fonseca. São alguns exemplos de amor, de cumplicidade, de coragem, de esperança, de determinação. Portugal inteiro deve-lhes o merecido reconhecimento.

A Mulher nas Malhas da Guerra Colonial de Ana Bela Vinagre, publicado pela editora Fonte da Palavra, de Lisboa, em 2011 

 

 

 

publicado por Ana Bela Vinagre às 16:25

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