Os romanos no Rabaçal
Portugal tem "patrimónios" que nos surpreendem a cada dia. No final de Abril de 2011, fruindo de uma oferta dos filhos para duas noites na “Casa do Zé Sapateiro”, turismo rural, em Ferraria de S. João, na Lousã, “descobrimos” o Rabaçal, afamado pelo seu queijo típico. Não imaginávamos que a localidade era guardiã de tão importante espólio romano.
No museu ali criado pela Câmara Municipal de Penela, pudemos apreciar as preciosidades que a romanização nos deixou, bem apresentadas e organizadas num espaço agradável e convidativo.
As ruínas (uma vila romana), ali perto, respeitam a uma quinta agrícola, constituída pela villa rustica e a villa urbana. A primeira corresponde ao alojamento para os servos e a frumentária, com estábulos, lagar e celeiro, de que existem muros, pavimentos e canalização. A villa urbana, ou residência senhorial é composta por entrada, atendimento e torre de vigia a sul; área de ligação de serviços, a norte; espaço de aproveitamento de luz, a nascente e quartos, oecus e triclinium, a poente. Os mosaicos não têm semelhança com outros existentes no país, pelo lhe foram atribuídos um grupo estilístico novo.
A visita guiada por um jovem arqueólogo que integra os recursos humanos da Câmara Municipal de Penela, transportou-nos a muitos séculos atrás. Pena é que os mosaicos existentes não estejam a descoberto para regalo dos nossos olhos. Preservar de danos físicos era a palavra de ordem, até que fosse viabilizada uma solução que permitisse usufruir daquelas belezas.