Portugal foi, é e será um país de emigrantes e de imigrantes.
Contam-se alguns séculos em que portugueses enfrentando as águas do Atlântico rumaram a África, Ásia e às Américas, imbuídos de um espírito de aventura, de descoberta, de evangelização cristã e em busca de riqueza.
Mais recentemente, a Europa foi o sonho e o destino de muitos outros portugueses à procura de melhores condições de vida.
Hoje continuam a partir e em todo o mundo há um pouco de Portugal, que os seus filhos, orgulhosamente, levam e dão a conhecer.
Neste jardim à beira mar plantado também, têm aportado cidadãos de todo o mundo que o feitiço português tem segregado, sendo que muitos deles têm sido adoptados como verdadeiros filhos.
Foi assim com Ernesto Korrodi, que no início do século XX chegou a Portugal onde desenvolveu a sua arte arquitectónica com projectos espalhados por todo o país, mas sobretudo na cidade de Leiria, onde se fixou, onde casou e se naturalizou português, conforme processo que deu entrada na Câmara Municipal de Leiria e remetido ao Governo Civil da mesma cidade, em 6 de Dezembro de 1910.
Fascinado pelo seu castelo, ao qual dedicou uma boa parte do seu talento e do seu traço inconfundível, com um projecto de restauro ambicioso, foi um dos fundadores da Liga dos Amigos do Castelo, com o objectivo de serem tomadas medidas para a sua protecção, conseguindo-lhe guarda permanente e a execução das suas primeiras obras de conservação e desaterro, salvando-o da última derrocada, numa época em que poucos portugueses se interessavam pelo seu património artístico. Teve o mérito de despertar nos leirienses o amor pelo seu castelo. Mas ele foi concerteza, o que mais o amou.