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O Bairro dos Matinhos, Bombarral, no tempo do futebol de rua, com pé descaço no final dos anos 30 e início dos anos 40.

No bairro dos Matinhos as ruas, muitas dela com pátios, outras com referências de identificação como a carpintaria do mestre Augusto, a casa do Fogueteiro, as tavernas do Zé Alberto, Armando de Sousa, Fernando Rosado, António Pinheira e António Tibério, o Zé Carvoeiro, o Albininho Pintor, o pão do António padeiro, o António maleiro junto ao campo da bola, o armazém de madeiras do Farto, a casa agrícola do Tomaz Gustavo, a Cerâmica, a casa do Artur Chegadinho na ladeira dos Matinhos, o Zé Pintassilgo e a Ivone (peixeiros), o Lalôa das enxadas, o Trauliteiro e o Joaquim (sapateiros), as lojas de mercearias do Almerindo Patuleia, Fernando Alberto e José Pedro, as barbearias do Chico Tomé e Rafael Laura, o Mário ferro-velho, a serralharia do Feliciano Marques, o Largo dos Matinhos, a casa e o Vale da Várzea dos Bernardinos, a Cerca dos Patuleias, os Pepes espanhóis, tudo isto existia no perímetro” do Bairro dos Matinhos.

(…) E as “matinées” e os bailes do Sport e do Teatro? E o cinema Pompílio às quintas e domingos? Os filmes com Indios e as Coboyadas eram o nosso enlevo mas o Tarzan, Zorro, Robin dos Bosques e os atores como Jonh Wayne, Errol Flynn, Eddy Constantine, Elizabeth Tailor, Sofia Loren ou a Gina Lollobrigida, não ficavam atrás.

(…) os tostãos não abundavam…e para entrarmos “ao meio”, ou seja dois com o mesmo bilhete, tínhamos que dar grandes “engraxadelas” ao Sr. Maurício, que tinha à sua responsabilidade a porta da “Geral”. O ingresso custava 3$00, e dava direito a sentarmos nuns bancos corridos e compridos de madeira lisa. Só que… quando o filme era “bom” e a casa estava à cunha com a “Geral” a rebentar pelas costuras, aquilo era por vezes complicado e quizilento, não se conseguia melhor lugar senão nos extremos dos bancos, muito perto da ilharga do palco. Naquela posição incómoda, os nossos atores preferidos da época apareciam como deformados pela perspectiva.

(…) E os mergulhos de verão nos fundões do rio Real?

(…) E o futebol aos domingos, onde íamos ver e gritar pelos nomes daqueles jogadores que embora muitos não fossem da terra, jogavam na altura pelo Bombarralense, tais como o Severo, Pomam, Catita, Janeiro, Argentino, Armindo, Suspiro, Rui, Barrica, Carlos Santos, etc., fabulosos jogadores de míticos nomes.

Memórias do meu pai Armindo Vinagre

 

 

 

publicado por Ana Bela Vinagre às 17:28

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